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AHS: Cult - Primeiras Impressões


    Após mais um ano de intervalo, estreia a nova temporada de American Horror Story. No sétimo ano da série, intitulado Cult, vemos a famosa antologia de Ryan Murphy e Brad Falchuk mais pé no chão, mas sem se esquecer do essencial: o horror e o medo.

 
    AHS: Cult se inicia após um grande e impactante evento na vida dos norte-americanos, a eleição de 2016 e a vitória de Donald Trump. Entretanto isso é apenas a faísca que desencadeia todos os acontecimentos seguintes, afetando todos as personagens da trama de alguma maneira.

     De forma geral, as fobias e os medos individuais ganham foco nessa temporada. Começando pela protagonista, Ally Mayfair-Richards (Sarah Paulson) que possui coulrofobia, claustrofobia e tripofobia. A personagem precisa, quase que o tempo todo, combater os seus medos reacendidos e tentar provar para sua família que tudo que está acontecendo é verídico.

    É incrível como Ryan Murphy decidiu trazer o horror para tão perto. Mais que uma temporada de ficção que mostra os terrores sofridos. É uma crítica bem direta aos posicionamentos extremistas do novo presidente e suas promessas absurdas, além de abordar outros dramas sociais, como o preconceito contra minorias e xenofobia. Nesse aspecto, Cult se mostra brilhante. Infelizmente, brilhante.

    Sem fantasmas, entidades malignas ou bruxas. Cult trata o horror real com um certo inchaço proposital, além de metáforas que funcionam muito bem. Kai Anderson (Evan Peters), representa muito isso, mesmo ainda sendo uma verdadeira incógnita. Um vilão ou apenas alguém que acha que suas intenções são justificáveis? Difícil definir agora, porém é um personagem que promete até o fim da temporada.


     Há também um alivio cômico um tanto escrachado. Desde referências a acontecimentos atuais - vide a cena onde um personagem cita uma série de outra emissora - a piadas ridículas que tiram graça justamente por isso. As personagens de Billy Eichner e Leslie Grossman são protagonistas de boa parte dessas cenas, e são perfeitos para o papel. Caricatos, mas que mantém uma boa postura diante dos momentos de tensão.
 
    Como nem tudo são pontos positivos, Cult também pisa na bola em alguns aspectos.
    Para os fãs mais assíduos da série, há um estranhamento inicial. Após três episódios, há mais desconexões e subjeções do que um esclarecimento do que está acontecendo realmente. Não que seja um problema, até porquê se passou apenas 1/3 da temporada, mas que pode causar bastante desconforto para os telespectadores mais desacostumados com o estilo adotado.

    Outro ponto que incomoda é o ritmo descompassado dos episódios, que pode estar ligado estreitamente com o estilo da temporada. Há um excesso de momentos dramáticos e repetitivos que, até agora, não chegam a lugar algum. E quando há uma melhora na trama do episódio, que claramente são os momentos de horror, são curtos o suficiente para apenas sentir o gostinho na ponta da língua. Não sabemos dizer se isso é apenas uma introdução, o que parece se tratar, ou se apenas o tio Murphy colocando mais em foco o cotidiano problemático das personagens do que o horror propriamente dito. Somente o tempo - e mais alguns episódios -, poderão confirmar isso.

   Em suma, American Horror Story: Cult é uma forte arma cotra aos dramas sociais e a onda de conservadorismo/extremismo que permeia pelas ruas estadunidenses. O medo é real. Mas peca em alguns problemas técnicos e de roteiro que podem causar desconforto para os fãs mais antigos da série e para novos espectadores.



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